Faça uma lista com dez filmes com temática gay. Tudo bem. Pode ser com cinco: A gaiola das loucas, Filadélfia, Milk, O segredo de Brokeback Mountain e Shelter. Todos esses são mais batidos e com bilheterias significativas. Foi justamente da vontade de sair do óbvio que o jornalista paulistano Stevan Lekitsch lançou o livro Cine arco-íris – 100 anos de cinema LGBT nas telas brasileiras (Edições GLS – 272 páginas, R$ 65,90).
Em entrevista a ÉPOCA, Stevan Lekitsch falou sobre a importância da divulgação de filmes com temática LGBT para ajudar a diminuir o preconceito. “Quanto mais você fala no assunto, mais as pessoas ficam acostumadas com ele. Acaba virando banal”, diz. Lekitsch, que é ativista gay e participou de todas as edições da Parada Gay da cidade de São Paulo(a deste ano será no dia 26 de junho), diz que os homossexuais devem se organizar para exigir seus direitos. “Os gays são desunidos politicamente. Falta articulação para fazer pressão”, diz.
ÉPOCA- Você acha importante a TV aberta exibir filmes como O segredo de Brokeback Mountain, Carandiru, Filadélfia?
Stevan – Com certeza. Quanto mais você fala no assunto, mais as pessoas ficam acostumadas com ele. Fazendo um paralelo bem ruim, é a mesma coisa quando os programas mostram a violência exaustivamente. As pessoas acabam se acostumando com ela. Fica normal, banal. Para mim, esse é o caminho. Para isso, é preciso passar pelo processo da escandalização.
ÉPOCA- Alguns filmes com temática LGBT ficam restritos a alguns circuitos ou cinemas mais alternativos. Mesmo a decisão final de assistir sendo do espectador, os exibidores têm certo preconceito com relação a filmes com essa temática?
Stevan - A questão é mais comercial. Quando eles sabem que o filme é direcionado a um público mais específico, eles colocam em menos salas. Com O Segredo de Brokeback Mountain, aconteceu o seguinte: ele começou em poucas salas e virou um sucesso. Aí, sim, foi exibido em mais lugares. É preciso também divulgar mais os filmes gays. Tem público para isso.
ÉPOCA- O Segredo de Brokeback Mountain acabou virando um símbolo para os gays?
Stevan – Virou um exemplo porque é o sonho de todo o gay encontrar um cara másculo, inteligente. Todo mundo quer arranjar um Heath Ledger na vida. Mas acho um filme meio complicado. De certa forma, ele passa um mau exemplo. Fala de um homem casado que trai a mulher com um outro homem. Sabemos que isso acontece, mas o filme confunde quem está tentando entender algo. Imagina que um cara que é casado, que está em dúvida, vai pensar se ele deve manter a vida que leva ou arrumar uma casinha na montanha para encontrar com seu amante. Não é esse o caminho.
1 comentários:
Adoreiiii essa etrevista que ele deu pra época! Concordo plenamente que BBM assim como outrs devem ser exibidos na TV aberta, para tentar abrir a mente das pessoas e que BBM realmente é um simbolo do cinema! Ms não o considero apenas um filme gay, eh uma linda história de amor que coincidentemente, os personagens principais sao dois homens apaixonados!
Adorei! (:
Cristal, fiz uma postagem nova no meu blog, escrevi um novo texto sobre nosso amor, HEATH LEDGER! ve lá se vc gosta! =D
beeijos!
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