sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Em cartaz na Mostra de SP, último filme de Heath Ledger é obra de arte e fantasia


Quando morreu, em janeiro de 2008 por overdose acidental de remédios, Heath Ledger estava no meio das filmagens de “O mundo imaginário do Dr. Parnassus”, filme do ex-“Monty PythonTerry Gilliam em cartaz na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, que tem início nesta sexta-feira (23). Com a interrupção no trabalho, o cineasta teve de encontrar soluções para terminar o filme: problema nenhum para quem tem um “mundo imaginário” como o dele.

Gilliam chamou Jude Law, Colin Farrell e Johnny Depp para substituírem Ledger, e foi bem-sucedido em sua manobra para driblar a ausência do protagonista. Com os três atores em cena, “Dr. Parnassus” não ganha apenas em quantidade, mas também em qualidade e criatividade –palavra-chave para o universo de fantasias que o diretor transpôs para a tela do cinema.

O filme conta a história de um pequeno grupo mambembe, cujo espetáculo interativo consiste basicamente na imersão do espectador em sua própria imaginação, através de um espelho mágico comandando pelo Dr. Parnassus (Christopher Plummer). Ao entrar nesse mundo, a fantasia e o incrível tomam conta do cenário, com céus perfeitamente rosados, gramados verdes e rios mágicos de águas transparentes. Visualmente, “O mundo imaginário do Dr. Parnassus” é perfeito.

O personagem de Heath Ledger, chamado Tony, é encontrado pelo grupo enforcado, pendurado em uma ponte, mas não morto. É socorrido e diz não se lembrar de nada –do passado ou de si mesmo. Deixa transparecer algo de malandragrem, mas usa sua esperteza mais para ajudar o grupo falido do Dr. Parnassus, do que para prejudicá-lo.

Além dos problemas financeiros, Dr. Parnassus sofre por conta de seus dotes especiais –entre eles a vida eterna–, conquistados por meio de um acordo com o demônio (Tom Waits, em interpretação irônica e maquiavélica). E está se aproximando o dia em que terá de entregar a própria filha (a modelo Lily Cole), por conta de uma aposta perdida.

O filme custou a encontrar um distribuidor, justamente por seu perfil de filme de arte –apesar do grande apelo que teria a obra póstuma de Ledger, muitos consideram o longa distante do perfil dos fãs do ator. Sua estreia aconteceu no Festival de Cinema de Cannes deste ano e Gilliam falou sobre como foi continuar a obra após a morte do ator.

"Todos trabalharam muito e durante mais tempo porque gostavam dele", disse o cineasta, revelando que a família de Ledger o encorajou a seguir adiante com o projeto. O filme termina justamente com uma homenagem ao ator, que ganhou o Oscar de melhor ator coadjuvante por seu trabalho em “Batman – O cavaleiro das trevas”.

"O mundo imaginário do Dr. Parnassus"

Sexta-feira (23), às 23h20, no Cine Bombril 1
Sábado (24), às 21h50, no Unibanco Arteplex 3
Domingo (25), às 14h, no Espaço Unibanco Pompéia 2
Sábado (31), às 23h30, no HSBC Belas Artes 2
Domingo (1º), às 19h, no Cinemark - Shopping Cidade Jardim
Terça-feira (3), às 21h30, no Unibanco Arteplex 1


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